Memes e sua história...
- chavesosemnocao
- 2 de ago. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de ago. de 2018
"O meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se..."
Meme é um termo criado em 1976 por Richard Dawkins no seu bestseller O Gene Egoísta e é para a memória o análogo do gene na genética, a sua unidade mínima. É considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro ou entre locais onde a informação é armazenada (como livros). No que diz respeito à sua funcionalidade, o meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida como unidade autônoma. O estudo dos modelos evolutivos da transferência de informação é conhecido como memética.
Etimologia
O termo meme provém do grego μιμἐομαι ("mimema", que tem a mesma raiz de mimese, e significa portanto "imitação"), através de sua forma em inglês mimeme, por aférese.[2] Como o mesmo étimo grego dá em português palavras como "lema", "teorema", "morfema" ou "problema",[3] seria defensável a forma "mimema", ou sua aférese "mema", como em inglês, para traduzir "meme". No entanto, Dawkins cunhou o termo também pela semelhança com as palavras "gene" e "memória", e o empréstimo do termo inglês consolidou-se em português, como se percebe pelo uso dessa forma na tradução do livro de Dawkins feita por Rejane Rubino.
A chave de todo ser humano é seu pensamento. Resistente e desafiante aos olhares, tem oculto um estandarte que obedece, que é a ideia ante a qual todos seus fatos são interpretados. O ser humano pode somente ser reformado mostrando-lhe uma ideia nova que supere a antiga e traga comandos próprios.
—Ralph Waldo Emerson.
Analogias biológicas
Exemplo de isolamento reprodutivo na 'especiação' memética
Na genética populacional tradicional, a variação genética normal, seleção, e deriva não levam a formação de novas espécies sem alguma forma de 'isolamento reprodutivo'; isso é, para dividir uma única espécie em duas, as duas subpopulações da espécie original devem de alguma forma ser impossibilitadas de intercruzar-se, o que iria normalmente manter sua heterogeneidade. No entanto, após separadas, a seleção natural e/ou apenas deriva genética agindo na variação genética normal das duas subespécies irá eventualmente modificar características suficientes entre os dois subgrupos que eles não poderão mais intercruzar-se, o que por definição significa que eles irão compor duas diferentes espécies. Exemplos de isolamento reprodutivo incluem isolamento geográfico, onde o surgimento de uma montanha ou rios separa dois subgrupos; isolamento temporal, onde um subgrupo torna-se totalmente diurno em seus hábitos enquanto o outro torna-se totalmente noturno; ou até mesmo apenas isolamento "comportamental" como visto em lobos e cães domésticos: eles poderiam intercruzar-se, biologicamente falando, mas normalmente eles simplesmente não o fazem.
Um fenômeno similar pode ocorrer com memes; normalmente, a população dos indivíduos portadores de um meme em suas consciências é heterogênea e mistura-se suficientemente para manter o meme intacto, ainda que isso cubra uma grande amplitude de variações. Mas de qualquer forma, se a população divide-se, sem contato suficiente entre os dois subgrupos de variações do meme para equilibrarem-se, eventualmente em cada grupo irá evoluir sua própria versão desse meme, diferindo suficientemente do outro grupo para ser considerado uma entidade distinta.
Resistência ao meme
Karl Popper defende isso nos termos mais fortes possíveis: "o valor de sobrevivência da inteligência é que ela permite que nós extingamos uma má ideia antes que ela nos extinga."
Resistência à ciência e à cultura tem sido um meme comum (ou antimeme ou a-meme) guiando a evolução cultural e cognitiva do homem para longe de caminhos destrutivos - por exemplo os Estados Unidos e a URSS armazenaram mas não utilizaram armas nucleares no período da Guerra Fria. A ignorância tem sido considerada como uma virtude em algumas culturas - em particular a ignorância de certas tentações que a cultura acredita que seriam desastrosas se adotadas por muitos indivíduos.
A internet, talvez o maior vetor de memes, parece estar englobando os dois lados do debate. Embora possa parecer verdade, para um observador ingênuo, que nenhum adulto pode impedir que outro adulto que acesse a internet, isso não acontece de fato, baseado em vários valores éticos tentando disseminar a resistência contra hackers ou pornografia.
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